04/08/2004
Governo libera R$ 15,7 milhões para tratamento da aids
Brasília - O ministro da Saúde, Humberto Costa, anunciou na cerimônia de posse do novo diretor do Programa Nacional de DST/Aids, Pedro Chequer, um projeto de ampliação do tratamento de portadores do vírus HIV. Até o ano que vem, serão liberados R$ 15,7 milhões para melhorar o espaço físico de unidades de saúde e comprar equipamentos médico-hospitalares e de informática.
Terão prioridade aos recursos os estados com rede de serviços precária. No Nordeste, o investimento por portador do vírus será de R$ 151,63. Já no Sudeste, região com rede já consolidada, esse valor fica em R$ 28,04 por pessoa. Segundo o ministro, a intenção é estimular os estados e municípios a ampliar sua rede de assistência em cerca de 20%.
A regionalização da prevenção e do tratamento foi apontada pelo ex-diretor do Programa Nacional de DST/Aids, Alexandre Granjeiro, como um dos desafios para o seu sucessor. No discurso de posse, Pedro Chequer também reconheceu a necessidade de aumentar o investimento regional. "Precisamos priorizar a aplicação de políticas de prevenção, por exemplo, na rede SUS como um todo para dar sustentabilidade ao programa", disse o novo coordenador.
Agência Brasil
20/02/2004
Sexo no Carnaval - 20/02/2004
Sexo sem segredo - Carolina Ribeiro
Agora São Paulo
"Minha dúvida é sobre como não ser presa fácil de uma doença sexualmente transmissível no Carnaval. Tenho 28 anos, mas meu pai está me enchendo porque vou sair por aí em vários dias de farra. Ele acha que rola lança-perfume e que é proibido. É mesmo?" Sair para brincar o Carnaval aumenta a probabilidade de "esquecimento" sobre os riscos de gravidez e contaminação por DSTs. Por quê? Porque alegria e sexo combinam. E a excitação para ficar com alguém já está em sua cabeça, não é? Na sua e na de milhões de outras pessoas. No entanto, dá para ser um carnavalesco "consciente". É só lembrar que o relaxamento geral das preocupações faz os estragos involuntários que você enumerou. E que seu pai frisou. E que os meios de comunicação confirmam. Se todos sa bem que abusos acontecem, é preciso refletir antes sobre como os impulsos serão conduzidos. Se você estiver à beira -mar e souber que as águas de Yemanjá lhe convidam para o erotismo, aceite que você tem um direito e um dever consigo mesmo. Qual seria este "nobre" comportamento? Garantir a si mesmo e jurar por tudo que lhe é caro que você não fará sexo sem camisinha. E que será responsável. E que consegue evitar o prazer rápido. E que não terá como música de fundo a canção "e ter a vida inteira para me arrepender". Lança-perfume era liberado na época de seu pai. Eram jatinhos de perfume atirado na nuca, no colo ou nos seios de uma garota. Isto acontecia e muito no carnaval dos anos 20 e prosseguiu até os anos sessenta, quando foi proibido. A substância geladinha passou a ser inalada e aspirada e pedaços de pano com o objetivo de se sentir euforia e uma leve alucinação dos sentidos. Quando o uso recreativo deu lugar a busca de um entorpecente, foi proibido. Não há produção autorizada desta mistura de éter, clorofórmio e essência no Brasil. Entretanto, são contrabandeados frascos da Argentina e do Paraguai. Por aqui se faz também a chamada Loló, mistura caseira e bastante perigosa dos ingredientes que dão "barato". A "loucura" não dura mais que uns trinta segundos. Portanto, esta droga por si só não é indutora de sexo sem proteção. O lança leva sim os foliões darem muitos beijos na boca. Além, o que é o pior, de correrem o enorme risco de desmaiar na avenida, terem paradas cardíacas e até morte súbita.
Fonte: Programa Nacional de DST/Aids
09/02/2004
Campanha contra Aids mostra eficácia da camisinha
Começou a ser veiculada neste domingo (08/02) a campanha de combate à aids para o período do carnaval 2004. As peças publicitárias estão sendo veiculadas em todas as emissoras de TV do país. Este ano, o Ministério da Saúde reforça a necessidade do uso do preservativo nas relações sexuais eventuais, comuns durante os dias de folia. O slogan da campanha é “Pela camisinha não passa nada. Use e confie”. A campanha é dirigida aos homens de 18 a 39 anos, das classes C, D e E. Essa é a parcela da população masculina com menor índice de uso contínuo da camisinha. Pesquisa feita pelo Ibope para o Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, em 2003, mostra que 15% da população sexualmente ativa não acreditam totalmente que o preservativo pode barrar o vírus da aids. Velhos medos continuam assustando boa parte dos homens, como o rompimento do látex e o vazamento do esperma. O filme em exibição nas televisões destaca a flexibilidade, a resistência e a ausência de poros da camisinha. Num bar, dois rapazes conversam sobre o assunto e um deles põe o preservativo na lata de refrigerante. Em seguida, ele abre a lata e a camisinha infla como um balão por conta do gás da bebida. Na seqüência, o rapaz vira a lata, deixa a bebida escorrer para o preservativo e mostra ao amigo que nem o ar e nem o líquido vazaram. A mesma idéia é repetida nos cartazes da campanha: um peixinho nada em uma camisinha cheia de água. Os cartazes serão fixados em locais freqüentados por foliões durante o carnaval. Haverá também filipetas ensinando como colocar o preservativo e abanos para as escolas de samba e blocos carnavalescos de Salvador, Recife, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo. O Ministério da Saúde já enviou para estados e municípios de todo o país mais de 10 milhões de camisinhas, que serão distribuídas aos foliões nos dias de folia. Mais da metade desses preservativos serão entregues nos estados que têm os carnavais mais famosos e visitados. São Paulo receberá 2 milhões de unidades; Rio de Janeiro, 1 milhão; Pernambuco (Recife e Olinda), 900 mil; e Bahia, 800 mil.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação Social do Programa Nacional de DST/Aids
Tel: (61) 448-8100
Fonte: Programa Nacional de DST/Aids
05/02/2004
Saúde vai economizar 500 mil dólares por ano na produção de testes rápidos para o HIV
A Fundação Oswaldo Cruz assinou hoje, com a empresa americana Chembio, um acordo para a fabricação de testes rápidos para diagnóstico do HIV em gestantes. O acordo permitirá que o governo economize 500 mil dólares por ano na compra destes testes. Os testes são usados para o diagnóstico precoce da aids em gestantes que não fizeram pré-natal. De acordo com dados do Programa Nacional de DST/Aids, existem no Brasil cerca de 17 mil gestantes a cada ano. Destas apenas 5 mil fazem o do HIV no pré-natal. Com a produção local dos testes rápidos, os técnicos do Programa esperam aumentar a testagem nos próximos anos. De acordo com médico-infectologista e diretor adjunto do Programa Nacional de DST/Aids, Ricardo Pio Marins a fabricação dos testes rápidos é estratégica para o governo. “Vamos expandir o número de testes rápido em locais de difíceis acesso. Ainda existem muitas mulheres que não fazem pré-natal porque moram longe no interior do país e tem grande dificuldade para chegar ao serviço de saúde”, afirma Marins. A função dos testes é garantir a testagem do HIV em parturientes que naão tiveram a oportunidade de realizar o teste normal de aids durante a gravidez. Se o resultado for positivo, mãe e filho são tratados com AZT durante o parto, reduzindo em até 80% os riscos do vírus ser transmitido para a criança. Além disso, outros procedimentos preventivos são tomados como a suspensão da amamentação. Outra forma de transmissão do vírus da aids para recém-nascidos.
A expansão dos testes rápidos vai diminuir o risco da transmissão materno-infantil que é a principal causa de aids em crianças menores de 13 anos. Desde o início da epidemia foram registrados 6 mil casos de aids em crianças. 82% das transmissões se deram durante a gestação. A expectativa da diretoria da Fiocruz é que a produção nacional começe em abril e seja capaz de atender a demanda do Ministério da Saúde já no primeiro ano de fabricação. O processo será dividido em duas etapas. Sendo que na primeira fase a Fiocruz comprará os insumos da Chembio e irá finalizar a produção no Brasil. Na Segunda a produção já será totalmente nacional.
Fonte: Programa Nacional de DST/Aids
03/02/2004
Saúde dobra distribuição de preservativos este ano
O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de DST/Aids, já repassou para Estados e Municípios 10 milhões de preservativos que serão distribuídos durante o carnaval. Esse repasse é uma distribuição extra para os quatro dias de folia que vão abastecer toda a rede pública de saúde. Além dos 10 milhões que serão distribuídos em atividades específicas de prevenção a aids e as Doenças Sexualmente Transmissíveis durante o carnaval, o Programa Nacional espera dobrar a distribuição anual das camisinhas masculinas e do preservativo feminino em comparação com o ano passado. Em 2003 foram enviados para estados e municípios 260 milhões de unidades. Este ano, serão enviadas 600 milhões de unidades de preservativos masculinos e femininos para ações específicas com mulheres que se encontram em situações de maior vulnerabilidade, como profissionais do sexo, usuárias de drogas injetáveis ou parceiras de portadores do HIV/Aids. Os preservativos serão comprados com recursos do Banco Mundial que liberou US$ 12 milhões para compra do lote anual. O Programa Nacional de DST/Aids compra cada unidade por um custo inferior a US$ 0,03 cents.
Fonte: Programa Nacional de DST/Aids
Mais informações: Programa Nacional de DST/Aids – Assessoria de Imprensa – (61) 448-8088/ 448-8100
19/01/2004
"Camisildo" chega a SP para ajudar na luta contra a Aids
RIO, 18 (AE) - A campanha "`Solidaried'Aids", que tem como astro principal um boneco em forma de camisinha, o "Camisildo", será lançada em São Paulo na primeira semana de fevereiro. Sucesso no Rio, ela injetou cerca de US$ 15 mil na 10ª Enfermaria do Hospital Gaffrée Guinle, especializada no atendimento de pacientes com Aids. Os organizadores informam que os recursos arrecadados em São Paulo serão destinados à continuidade das pesquisas sobre a doença e aos grupos de Apoio a Pessoas com Aids (Gapa) paulista e carioca. Eles pretendem levá-la às principais cidades brasileiras.
O médico Carlos Alberto Morais de Sá, responsável pela 10ª Enfermaria, informa que "só com o dinheiro da campanha foi possível comprar remédios de uso contínuo e materiais médicos indispensáveis ao tratamento de pacientes e fazer obras inadiáveis no hospital". De acordo com o médico, "a campanha foi uma saída para lutar contra a permanente falta de recursos públicos e o preconceito de que são vítimas os portadores de Aids". O dinheiro também permitiu a contratação de bolsistas para reforçar o atendimento no hospital da Tijuca, na Zona Norte do Rio.
O publicitário Armando Sérgio de Mello Ferreira, coordenador-executivo da campanha, informa que "Camisildo" "faz o maior sucesso entre as crianças e adolescentes, nosso público-alvo, e é um bom personagem para levar adiante o corpo a corpo contra a Aids". De acordo com ele, "as campanhas governamentais são muito distantes e poder falar diretamente com as pessoas nas ruas é o melhor caminho para incentivar a prevenção da doença e evitar o preconceito contra os portadores do HIV, o vírus da Aids".
Em São Paulo, serão veiculados anúncios pelas emissoras locais de rádio e tevê e também em outdoors. Em 60 postos de gasolina dos bairros considerados mais importantes estarão à venda 50 mil plásticos com a inscrição "Pratique `Solidaried'Aids' - Enfermaria 10 - Gaffrée", no valor de US$ 4 cada, onde serão distribuidos folhetos educativos. "Caso apareça algum doador, também distribuiremos camisinhas", condiciona o publicitário. A expectativa de Mello Ferreira é a de que os integrantes da "Solidaried'Aids" possam falar, diariamente, com cerca de 10 mil pessoas nos postos.
Na etapa carioca, a campanha contou com doações "expressivas". Uma empresa do setor da construção civil pagou a impressão de 100 mil folhetos educativos. uma concessionária alugou e colocou à disposição um veículo e o setor de vídeo de um curso de inglês produziu o filme.
O publicitário informou que está mantendo contatos com a Liga das Escolas de Samba (Liesa) e com os organizadores do carnaval em São Paulo, para que "Camisildo" "possa desfilar" na Marquês de Sapucaí, no Rio, e na Av. Tiradentes, em São Paulo.
©Agência Estado.Aedata
15/01/2004
Aids: Remédio mais barato permite assistir a mais doentes
Brasília - Neste ano, 20 mil novos pacientes diagnosticados com o vírus HIV terão garantia de atendimento. Isso porque o Ministério da Saúde conseguiu uma economia de 37% em cinco dos 13 medicamentos que compõem o coquetel de combate à Aids e o governo vai deixar de gastar R$ 299 milhões.
O ministro da Saúde, Humberto Costa, divulgou hoje os resultados da negociação. Segundo ele, a tarefa foi "difícil, mas bastante satisfatória". O governo conseguiu descontos de 10% a 76,6% junto aos fabricantes desses medicamentos. "O importante é que a economia feita garante a auto-sustentação do programa. Vamos continuar dando tratamento adequado a todo brasileiro que precisar de tratamento para Aids", festejou o ministro.
Com a negociação de hoje, o Ministério da Saúde conseguirá descontos na compra dos seguintes medicamentos: Nelfinavir, Lopinavir, Efavirenz, Tenofovir e Atazanavir, dos laboratórios Roche, Abbot, Merck Sharp & Dohme, Gilead e Bristol, respectivamente. O Tenofovir e o Atazanavir são as novas drogas que compõem o coquetel de combate à Aids.
Os gastos com terapia anti-retroviral e ações educativas para prevenção da Aids seriam de R$ 807 milhões em 2004. Com os descontos, essa despesa passa a ser de R$ 508 milhões. Desde 2000, o governo vem fazendo uma economia média, anual, de R$ 36 milhões.
Outro fator positivo nas negociações é que o governo não precisará da licença compulsória de nenhum desses medicamentos, ou seja, o Brasil deixa de comprar similares na Índia. "A economia que faríamos com a importação do medicamento indiano seria menos d e 2% de todo o gasto que temos com o programa" explicou o ministro.
O ministro, segundo a Agência Brasil ressaltou outras vantagens que a negociação proporcionou: a doação de medicamentos para todos os pacientes pediátricos (8.700 crianças) e a substituição de um dos medicamentos (Nelfinavir), cujos estoques estavam acabando.
Humberto Costa disse que, com a economia na compra de medicamentos, o ministério poderá intensificar as ações educativas, o programa "Fique Sabendo", que estimula a realização do exame para diagnosticar a doença e a distribuição de preservativos.
05/01/2004
Brasil vai testar este ano vacina contra Aids
Brasília, 02 (AE) - O Brasil realizará em 1994 testes com uma vacina anti-Aids que está sendo desenvolvida nos Estados Unidos. Já avaliada em oito Países do Primeiro Mundo, a vacina será testada por instituições científicas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte em 24 voluntários, revelou à "Agência Estado" a diretora do Programa de Aids do Ministério da Saúde, Lair Guerra de Macedo. Uma missão do laboratório norte-americano que conduz as pesquisas para obtenção da vacina chegará ao Brasil em março para discussão do protocolo científico.
Segundo Lair, ainda não é possível prever quando o mundo obterá uma vacina capaz de deter a epidemia da Aids. "O que temos hoje são apenas candidatas a vacina, que precisam de aperfeiçoamento até que seja obtido um produto final", explicou. Atualmente, existem oito projetos de vacina anti-Aids em desenvolvimento. A maior dificuldade para obtenção de uma vacina, segundo ela, é a de conseguir a produção suficiente de anticorpos capaz de neutralizar a ação do vírus HIV no organismo.
O Brasil realizará a "fase um" de testes com vacinas, pela qual é verificado o grau de toxicidade - para avaliar a possível existência de efeitos colaterais - e o nível de produção de anticorpos. O produto que está em desenvolvimento pelos norte-americanos foi considerado promissor no encontro científico sobre vacina ocorrido em novembro, nos Estados Unidos. "Nos testes feitos em campo, a candidata a vacina não demonstrou nível de toxicidade, e, embora não tenha produzido a quantidade ideal de anticorpos, apresentou resultado satisfatório", afirmou Lair, acrescentando que a decisão de realizar os testes no Brasil foi do Comitê Nacional de Vacinas - composto por membros do governo e entidades científicas - com base em parecer favorável da Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a diretora do Programa de Aids, a participação brasileira em testes com projetos de vacina é importante pela oportunidade de obtenção de tecnologia. "Além disso", argumentou, "é bom que o Brasil participe de todas as fases de testes, desde as iniciais, para saber no futuro se a vacina será eficaz em nosso País". Lair acredita, entretanto, que além da preparação de um protocolo que firme os procedimentos éticos e científicos para a realização de testes, será necessário esclarecer a população sobre o projeto. "É preciso mostrar que não seremos cobaias, mas que participaremos de um importante programa visando a obtenção da vacina contra a Aids", argumentou.
©Agência Estado.Aedata
29/12/2003
Aids já matou cinco pessoas no Cai n’Água
O ESTADÃO DO NORTE (RO)
Pelo menos cinco pessoas - maioria usuária de drogas - morreram este ano vítimas da Aids no Cai n’Água, área central de Porto Velho, onde funciona o embarque e desembarque de passageiros que utilizam os barcos que fazem linhas para Manaus. No local funciona, também, uma das mais antigas zona de prostituição da Capital.
As mortes são confirmadas por moradores da Baixa da União, bairro ligado ao Cai n’Água. De acordo com o líder comunitário José Ajuricaba de França, o número de infectados pelo HIV é grande, já que é comum entre os usuários de drogas a prática de sexo sem preservativos. Dos cinco mortos, apenas um não era, pelo menos declaradamente, usuário de drogas.
Ajuricaba defende a realização de um trabalho de conscientização das pessoas que freqüentam os prostíbulos para a importância do uso de preservativos nas relações sexuais. Segundo ele, com um programa de orientação há chances de conter o avanço da doença na área. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) registrou ano passado 65 casos confirmados de pessoas contaminadas pelo HIV, vírus da AIDS.
Deste número, 70% foram registrados em Porto Velho. Mesmo não sendo motivo de preocupação se comparado a dados estatísticos de outros Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Minas Gerais, em Rondônia, o número de pessoas já infectadas pela doença, de 1987 até agora, foram de 600 casos. Podendo este número ser bem maior, já que em decorrência do medo de enfrentar o preconceito social que ainda é muito grande, algumas famílias procuram fazer o tratamento de seus doentes em clínicas particulares locais ou fora do Estado onde os recursos de um melhor atendimento é bem maior.
Para atender esses pacientes o Governo do Estado vem há anos desenvolvendo um programa que visa além de fazer um acompanhamento da evolução da doença com realização de exames, acompanhamento psicológico e distribuição de medicamentos, também realiza um trabalho de orientação aos familiares dos aidéticos, para combater o preconceito que gira em torno da doença e como tratá-lo no convívio familiar.
COMBATE
O Serviço Ambulatorial Especializado - SAE e o Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA que funcionam na Policlínica Osvaldo Cruz, segundo a coordenação do Programa de Combate as Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST e a Aids da Sesau e a Policlínica Municipal Rafael Vaz e Silva, são referências para quem resolve fazer mesmo que seja por conta própria, o teste do HIV. O resultado desse exame que é feito de forma confidencial, só é revelado para o interessado mesmo que o resultado seja negativo já que por falta de informações maiores sobre como se adquire a Aids, na maioria das vezes, só pelo fato de se solicitar um teste dessa natureza, as pessoas passam a suspeitar e discriminar quem o solicitou.
22/12/2003
Sexo oral sem camisinha oferece riscos
O POVO (CE) 20/12/03 ALMANAQUE
''Dá para pegar Aids ou qualquer outra DST fazendo sexo oral sem camisinha, mesmo sem ejacular e sem deixar sair aquele líquido transparente do pênis
O sexo oral sem proteção traz risco, sim, de transmissão de DSTs e de Aids, mesmo sem ejaculação ou líquido transparente. Mas como calcular esse risco? É algo muito difícil já que há variáveis em jogo (tipo de DST, carga de vírus ou bactéria, estado do sistema de defesa da pessoa, frequência da prática, troca de secreções, presença prévia de outras lesões etc.).
O que se sabe é que o risco é menor do que fazer sexo vaginal ou anal sem proteção, mas é maior do que se forem adotadas medidas de proteção em todas as práticas sexuais. Pesquisas mostram surtos de gonorréia e de sífilis em determinados grupos, na Europa e nos EUA, que têm relação direta com prática de sexo oral desprotegido. Que tal evitar esse risco? Camisinha com sabor e filme plástico são aliados.
Garotos de 16 anos podem ter dúvidas em relação à sua orientação sexual (gostar de homem ou de mulher)? Lógico que podem. Se existe uma fase da vida em que essas confusões são mais comuns, essa fase é a adolescência.
Curiosidade, busca de novos limites, timidez em chegar no sexo oposto e maior intimidade com pessoas do mesmo sexo podem fazer com que experiências eventuais aconteçam. Mas apenas essas experiências não definem alguém como homossexual. A permanência de um desejo por alguém do mesmo sexo também pode começar a acontecer na adolescência. Só o tempo, as emoções e as experiências vão definir para onde aponta mesmo o desejo.
Independentemente de gostar de meninos, de meninas ou dos dois, o importante é que essa seja uma posição verdadeira. Nada pior do que ficar vivendo uma situação irreal só para atender às expectativas dos outros.
E, afinal de contas, contar ou não para amigos e parentes? É legal ter alguma certeza para comunicar isso às pessoas. Dividir dúvidas e conflitos também é importante, mas a escolha do interlocutor tem de ser cuidadosa para evitar pessoas que tomem decisões por você ou que se julguem donas da verdade.
Contar é uma decisão que exige maturidade e calma. Tem de saber quando contar e para quem contar uma emoção tão íntima e importante. As pessoas precisarão de um tempo para lidar com essa novidade. É preciso ter paciência!
16/12/2003
PIS/Pasep em casos de HIV
GAZETA DO POVO (PR)
O saque do PIS/Pasep pelo trabalhador com dependente portador de HIV foi aprovado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. O substitutivo da deputada Dra. Clair (PT-PR) institucionaliza em lei a resolução do Conselho Diretor do PIS/Pasep, de 1992, que autoriza o saque para os trabalhadores da ativa atingidos pela aids. A proposta altera a Lei 7.670/88 que estendeu benefícios aos portadores do vírus. Hoje, a legislação já assegura a movimentação da conta do FGTS quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do HIV.
15/12/2003
Coquetel para vírus HIV em uma só cápsula
Diário de Pernambuco
Laboratório da Fiocruz concluiu estudo que poderá livrar portadores, que tomam em média vinte drágeas
SÃO PAULO - O laboratório Far-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculado ao Ministério da Saúde, já está com os estudos concluídos e a estrutura pronta para colocar em uma única cápsula - ou em poucas - os muitos medicamentos que os portadores do HIV/Aids são obrigados a tomar todos os dias.
O governo federal planeja fazer a unificação com os medicamentos que já não estão sob a proteção da lei de patentes e que são a maioria do coquetel de mais de 15 drogas do consenso nacional. A esperança é que os laboratórios multinacionais, donos de medicamentos protegidos por patentes, concordem em misturar também suas fórmulas com a de remédios de outros laboratórios. "A Índia, que ainda não tem lei de patentes, já está fazendo isso com todas as drogas antiretrovirais", relata Alexandre Grangeiro, coordenador do Programa Nacional de DST/Aids.
Diminuir o número de remédios tomados por dia, aumentando e facilitando a adesão das pessoas infectadas ao tratamento, é um dos grandes desafios para todos os países. Mas, para as nações pobres, onde os remédios ainda nem chegaram, esse programa ainda é apenas uma intenção. Na Organização Mundial da Saúde (OMS), a proposta faz parte do projeto batizado de 3 em 5, um código para indicar a meta de que, em cinco anos, três milhões de pacientes de Aids residentes em países pobres ou em desenvolvimento estejam recebendo a adequada medicação. É pouco, mas significativo. Até agora, apenas 300 mil doentes ou portadores esses países recebem os remédios dos serviços públicos de saúde, e quase metade deles - 140 mil - estão no Brasil.
Entre as várias estratégias para ampliar e garantir a continuidade do tratamento dos paciente de HIV/Aids, uma das mais desafiadoras é assegurar a adesão a um processo que, hoje, exige a ingestão de dez a vinte comprimidos por dia, medicamentos que são tomados em horas controladas e estão sujeitos ao ritmo das refeições.
O primeiro esforço, já bastante adiantado, é para a elaboração de uma cartela única com todos os medicamentos a serem tomados no dia. "É a dose fixa, que facilita o uso em populações de países sem infra-estrutura e de pouco acesso ao sistema de saúde, como os africanos", diz Grangeiro.
No Brasil, a combinação de drogas para pacientes em início de tratamento - a chamada primeira escolha - só não conta com a autorização do fabricante do efavirenz (um dos remédios do coquetel) para começar a produzir um comprimido único. Para os pacientes que estão na segunda fase do tratamento, e que tomam também os inibidores de protease, ainda não há, entretanto, nem sinal de que os laboratórios venham a concordar com uma mistura das drogas.
11/12/2003
Crianças com aids serão pesquisadas
GAZETA DO POVO (PR) - BRASIL
O Ministério da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) vão realizar no ano que vem uma pesquisa com a finalidade de dimensionar o impacto da aids sobre direitos básicos e a qualidade de vida de crianças e adolescentes. O país tem cerca de 7 mil pessoas de até 18 anos com aids.
10/12/2003
Aids será o freio da humanidade
A explosão no número de pessoas infectadas pelo vírus da Aids será determinante para o crescimento populacional mundial. O relatório estima que haverá 46 milhões de mortes devido à doença na primeira década deste século nos 53 países mais afetados pelo vírus. Mas este número pode subir para 278 milhões até 2050.
Especialistas que examinam o impacto global da Aids ainda acreditam que a disseminação da doença possa tornar a previsão de 278 milhões abaixo da realidade. Eles acreditam que esse total chegará próximo de 8,9 bilhões, uma diferença de 400 milhões de vidas, principalmente por causa da pandemia de Aids.
"O impacto da epidemia a longo prazo continua medonho", disse Joseph Chamie, especialista da ONU. "A Aids é uma doença de destruição em massa e não vemos uma vacina sendo produzida logo", afirmou.
Os números podem ser ainda piores, já que as previsões da ONU partem da suposição de que as taxas de infecção por HIV vão diminuir depois de 2010.
Taxa de fertilidade vai ser negativa
Os especialistas acreditam que campanhas de educação começarão a ter impacto global a essa altura. Mas as últimas informações sobre a epidemia mostram que em algumas partes do mundo as taxas de infecção estão crescendo rapidamente. Outros especialistas afirmam que os benefícios de campanhas de saúde pública podem não ser permanentes em todos os casos.
Além da ameaça da Aids, há ainda o efeito da queda nos níveis de fertilidade no Terceiro Mundo, que estão descendo abaixo da taxa necessária para assegurar a substituição da população a longo prazo
Diário Catarinense
09/12/2003
Pesquisa revela possível fragilidade dos negros frente ao HIV
A população negra do Brasil pode ter maiores dificuldades para se previnir ou se tratar da Aids. Durante o evento “20 anos de Aids - Desafios e Propostas”, realizado na última semana pela Coordenação Estadual de DST Aids em São Paulo, a Dra. em Saúde Pública, Fernanda Lopes, apresentou uma pesquisa sobre a população negra no sistema de saúde brasileiro. Uma das constatações foi a maior dificuldade dos negros no combate do HIV/Aids, em relação aos brancos. Entre as pessoas que são classificadas como pobres ou indigentes, 70% delas se consideram negras ou indígenas. “Não podemos afirmar que os negros sofrem mais da Aids porque não estão nas estatísticas”, comentou a Dra. Fernanda Lopes, do Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids da Universidade de São Paulo. Mas segundo Fernanda, “o que podemos pensar é que como houve um aumento dos casos de HIV/Aids, entre os pobres, consequentemente mais negros podem ter sido atingidos”. A pesquisa mostrada por Fernanda Lopes foi encomendada pela Coordenação Nacional de DST/Aids e realizada pelo IBOPE, no mês de janeiro. Os resultados são comparativos com a população considerada branca. Veja abaixo alguns dados do estudo: - O alto preço da camisinha foi mais comentado pelos negros. - Negros têm mais dificuldades de acesso ao testes de detecção do HIV. - Mulheres negras têm menos informações sobre os preservativos femininos e maiores dificuldades em se comunicarem com médicos ginecologistas. - A cada 100 óbitos da Aids, 26 são de pessoas que se declararam negras. Os declarados brancos correspondem a 15 de cada 100 mortos. As entrevistas foram feitas com pessoas de 14 anos ou mais, entre 26 e 29 de janeiro de 2003, em amostra representativa da população brasileira sexualmente ativa, estimada hoje em 91 milhões de pessoas. (Agência de Notícias da Aids)
Governo ataca Igreja por se opor ao uso de camisinha
Ministério diz que Igreja 'pode estar cometendo mais um crime contra a Humanidade' O Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde condenou ontem a posição da Igreja Católica, que se recusa a reconhecer a importância do uso de preservativos para a prevenção da doença. Nota oficial, em tom duro, afirma que "a Igreja está errada ao insistir que o preservativo não protege e pode estar cometendo mais um crime contra a Humanidade". Com o documento, o governo saiu em defesa do vídeo "Pecado é não usar", feito por ONGs para criticar a Igreja. Em novembro, a Arquidiocese do Rio entrou com representação no Ministério Público Estadual pedindo a instauração de um inquérito civil para impedir a veiculação do vídeo. O coordenador do Programa de Aids, Alexandre Grangeiro, disse que o governo tem a obrigação de esclarecer a população. (O Globo)
08/12/2003
Governo ameaça quebrar patente de medicamento contra Aids
O ministro da Saúde, Humberto Costa, revelou neste domingo que o governo pode quebrar a patente do medicamento Nelfinavir, um antiretroviral usado no tratamentoda Aids, e que compõe o coquetel de combate à doença. O remédio é fabricado pela empresa suíça Roche. O ministro afirma que a multinacional está irredutível e não quer reduzir o preço do medicamento.
- A empresa tem se mostrado absolutamente inflexível na negociação. A Roche colabora muito pouco com o Brasil na política de saúde. Inclusive temos muitos problemas com o medicamento deles para combater a hepatite C - disse Humberto Costa.
Se o governo tomar essa medida, será a primeira vez que a patente de um medicamento contra a Aids será quebrada no Brasil. Em 2000, o então ministro da Saúde, José Serra, também ameaçou quebrar a patente do mesmo remédio, mas houve acordo com a empresa.
O governo paga hoje US$ 0,52 por cada cápsula do Nelfinavir. A empresa admite apenas uma redução que varia de 5% a 9%. Se a patente for quebrada, o preço do medicamento pode cair até 30%, como deseja o governo.
Se o governo tomar essa decisão, será necessário apenas um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Organização Mundial do Comércio (OMC) admite a quebra de patente de remédios. O nome técnico da quebra de patente é licença compulsória, que permite a fabricação no país.
- Quebrar a patente não é nossa prioridade. Espero que a Roche recue e negocie conosco - disse o ministro da Saúde.
(O Globo)
Diretor-geral da OMS elogia política brasileira de combate à Aids
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Jonk Wook-Lee, elogiou a política brasileira de combate à Aids e também a campanha antitabagista executada pelo governo brasileiro. Wook-Lee está em Brasília participando do Seminário Internacional sobre Cuidados Básicos de Saúde e, ainda neste domingo participa da abertura da 12ª Conferência Nacional de Saúde.
Sobre o combate à Aids, Wook-Lee disse que o programa brasileiro é modelo para todos os países em desenvolvimento e que a OMS está estudando parcerias para implementá-lo em outras regiões do mundo. Ele disse que está no Brasil conhecer as negociações em torno dos preços dos medicamentos antiaids e saber como o governo faz a seleção das pessoas infectadas antes de iniciar o tratamento.
Sobre cigarro, ele disse que a política brasileira na área também é modelo para o Terceiro Mundo e que os governantes não devem se iludir com falsos ganhos fiscais ou agrícolas com a produção de tabaco.
- O custo com a saúde decorrentes do consumo de cigarro é muito maior do que esses ganhos - disse Wook-Lee.
(O Globo)
Sul do Brasil apresenta epidemia distinta de Aids
O número de novos casos de Aids aumenta mais rapidamente na Região Sul do Brasil, onde a epidemia está assumindo um perfil diverso do verificado no restante do país e já preocupa cientistas. Um percentual alto de usuários de drogas injetáveis e a predominância do subtipo C do vírus — comum na África do Sul e na Ásia, mas raro no Brasil — tornam a epidemia do sul atípica.
O Programa das Nações Unidas para a Aids (Pnaids) chamou a atenção para um possível problema no sul do Brasil em seu último relatório sobre a epidemia, há duas semanas.
Depois de elogiar o programa brasileiro de combate à Aids, o documento ressalva: “O Brasil, entretanto, não deve deitar-se nos louros. Prevalências de HIV variando de 3% a 6% foram registradas no Rio Grande do Sul entre mulheres (grávidas) que raramente têm acesso aos serviços públicos de saúde. Isso gera temores de que uma epidemia séria, porém não detectada, esteja se espalhando em algumas comunidades desassistidas”.
Números do Ministério da Saúde mostram que, em 2001, o número de novos casos por cem mil habitantes no sul era de 20,9, o mais alto do país. Os números referentes a 2002 mostram que a incidência na região, embora menor, ainda era a mais alta, 16,3. Os especialistas, entretanto, trabalham com um quadro de incidência alta e estável, não de queda, por conta de atrasos nas notificações.
(O Globo)
América Latina e Caribe concluem testes de vacina contra o HIV
Brasil, Peru, Haiti e Trinidad e Tobago completaram a primeira fase de testes regionais de uma vacina de prevenção do HIV, cujas conclusões serão apresentadas em 2004, segundo os últimos dados de pesquisa apresentada no Congresso Mundial da Aids, em Punta del Este.
O plano conjunto para testar vacinas foi patrocinado pelo NIH (Instituto Nacionai de Saúde, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e realizado pela HVNT (Rede Americana de Estudos Clínicos de Vacinas do HIV).
Em cada país, 40 pessoas receberam quatro doses de vacinas do final de 2002 até junho deste ano. Atualmente, os resultados estão sendo analisados e seus resultados serão divulgados em fevereiro de 2004 na Conferência de Retrovírus, em San Francisco (EUA).
A mesma vacina está sendo testada em diversas regiões do mundo. Em cada lugar ela é adaptada ao vírus circulante na área específica, informou a médica norte-americana Bonnie Mathieson, do HVNT.
Em outubro deste ano, começou na Tailândia uma ampla fase de testes de eficácia desta vacina combinada com outra. A combinação será aplicada em 16 mil pessoas, mas o resultado final do estudo levará de três a cinco anos para ficar pronto.
"Estes serão os primeiros testes clínicos que verificarão se uma vacina que depende principalmente da eficácia das células imunes previne ou controla o HIV", disse Mathieson.
Por outro lado, nos últimos meses novos conceitos em vacinas de prevenção da doença entraram na etapa de testes iniciais nos Estados Unidos e na África, acrescentou. O mais importante é que a vacina proteja a todos e não se limite apenas à população norte-americana, disse.
"Porém, para saber se as vacinas de combate ao HIV são realmente eficazes contra a doença, elas terão que ser testadas em voluntários humanos em várias cidades com alto índice de risco de contrair o vírus", afirmou a médica.
"Nossa próxima tarefa é preparar muitos locais do mundo para testar estas vacinas, para que suas populações se beneficiem ao máximo de qualquer vacina", acrescentou.
A Aids, síndrome da imunodeficiência adquirida, causou mais de 3 milhões de mortes em 2003. Além disso, calcula-se que 5 milhões de pessoas contraíram o vírus HIV durante o ano, o que eleva o número de pessoas que vivem com a doença em todo o mundo a 40 milhões.
(Folha de São Paulo)
Terapia contra Aids avança na América Latina
Os tratamentos das pessoas infectadas pela Aids avançaram de maneira notável na América Latina, mas ainda é preciso fazer muito em matéria de políticas de prevenção que rompam com os tabus culturais. A conclusão são dos especialistas reunidos no Congresso Mundial da Aids.
"O machismo, aceito tanto pelo homem como pela mulher, e a forte rigidez religiosa tornam muito difícil que as pessoas entendam a necessidade de prevenção na América Latina", afirmou a médica cubana Irene Acevedo, durante o congresso de Punta del Este, que termina hoje.
Durante o congresso foram destacados os importantes avanços registrados em matéria de tratamentos e monitoração das pessoas infectadas na América Latina."Um total de 50% das 500 mil pessoas sob tratamento no mundo está na América Latina. E desses 50%, metade está no Brasil, país pioneiro na luta contra a Aids", disse Antonio Gervase, especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um dos motivos para este avanço é a redução dos preços dos medicamentos na América Latina, graças às negociações feitas por vários governos com os laboratórios internacionais ou, inclusive, como no caso de Cuba, devido à produção nacional de genéricos, destacaram os participantes da reunião.
À margem dos progressos, o número de casos continua aumentando na região, onde o HIV/Aids afeta dois milhões de pessoas. Este ano a doença provocou quase 100 mil mortes no continente.
"Ainda há muito por fazer pela educação da população e é preciso instaurar políticas de prevenção efetivas e claras", disse a cientista chilena Maritza Ríos, que acrescentou que o peso da Igreja é muito forte e tem tanta influência que, em muitos casos, evita que se fale abertamente sobre métodos de prevenção, como o preservativo.
Na segunda-feira passada, a Igreja Católica chilena criticou a alta valorização que se dá ao uso da camisinha nas campanhas de prevenção da Aids, ao afirmar que é certo que sua utilização reduz o risco de contágio em grupos de alto risco, mas não é conveniente incentivar o método para toda a população.
Por outro lado, vários representantes religiosos (muçulmanos, judeus e católicos) presentes no Congresso pediram um combate à discriminação das pessoas com Aids e uma divulgação mais intensa de informações sobre a doença.
Os cientistas ressaltaram o fato de que as pessoas, de maneira geral, não se senten vulneráveis, inclusive muitas das que estão afetadas pelo HIV/Aids, o que torna muito difícil a adoção de medidas adequadas.
"Alguns infectados confiam nos anti-retrovirais porque melhoram sua qualidade de vida diária. Então, começam a deixar de tomar os medicamentos e seu estado piora. Eles sentem que não estão mais em risco e abrem mão da proteção quando mantêm relações sexuais", disse Ríos.
Segundo Gervase, é preciso comemorar o aumento e a melhoria dos tratamentos na América Latina, sem que isso determine uma queda da prevenção. Para isso, os governos devem instaurar programas efetivos e claros. "É preciso politizar a decisão, para depois despolitizar a execução das medidas", concluiu.
(Terra)
05/12/2003
Relatório diz que país tem 27 mil jovens com Aids transmitida pela mãe
Um relatório divulgado nesta quinta-feira por um grupo de trabalho da Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude, da Câmara, mostra que existem hoje no Brasil 27 mil casos de jovens entre 13 e 24 anos infectados com o vírus da Aids por transmissão vertical (de mãe para filho). A relatora do trabalho, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), diz que esses jovens formam a primeira geração soropositiva do país.
- Eles enfrentam, entre outros problemas, a discriminação nas escolas e na sociedade - afirmou.
(GloboNews.com)
Aids pode ser até 5 vezes maior entre soldados
O número de soldados com Aids é de duas a cinco vezes maior do que na população em geral e aumenta ainda mais em época de conflito, apontou o diretor da Unaids, Ulf Kristoffersson, no Congresso Mundial de Aids que acontece até amanhã em Punta del Este, Uruguai. Em muitos países, a incidência do vírus HIV entre os membros das Forças Armadas pode chegar a até 60%, especialmente na África do Sul. "As razões não são difíceis de detectar, pois se alistam no serviço militar principalmente os homens adultos, o grupo mais afetado pelo HIV. As relações com prostitutas e o uso de drogas são comuns em alguns casos", explicou. "O pessoal militar fica longe de casa por longos períodos", afirmou Kristoffersson. "O cansaço é uma das condições favoráveis para o contágio da Aids", acrescentou. Existem atualmente mais de 42.000 soldados espalhados em missões de paz da ONU no mundo e, destes, 2.500 são latino-americanos. Muitos deles estão em zonas com alta incidência de Aids, em especial na África. "A menos que se consiga controlar esta situação, a permanência destas operações e sua valiosa contribuição à segurança global estarão em perigo", frisou. A Unaids está realizando um programa de prevenção de Aids com soldados dos cerca de 50 países que cooperam com as Nações Unidas. Honduras, Panamá e Chile já assinaram os respectivos acordos com esta agência. O Brasil não mandou representantes para o Congresso Mundial que se realiza em Punta del Leste, Uruguai.
(Agência de Notícias da Aids)
Brasil não manda representantes ao congresso mundial sobre aids
O governo brasileiro decidiu não enviar delegados ao Congresso Mundial sobre Aids que está sendo realizado em Punta del Este (140 km a leste de Montevidéu), e não há qualquer explicação oficial para tal decisão, disse nesta quarta-feira a diretora do evento, a médica uruguaia Hilda Abreu. "Pedi uma entrevista ao ministro brasileiro da Saúde (Humberto Costa) para saber os motivos desta ausência, mas ele não me recebeu", destacou Hilda Abreu, que diante do silêncio do governo brasileiro, soube da decisão pela Internet. "Há alguns meses fui a Brasília negociar o apoio brasileiro. Me confirmaram a presença de centenas de técnicos e, inclusive, prometeram apoio financeiro". Esta atitude do Brasil "gera uma profunda dor". Segundo Hilda Abreu, a decisão pode ter sido provocada pelo fato de o Brasil, pioneiro no combate à Aids, não ter sido escolhido para sede do primeiro evento deste tipo na América Latina. "O Brasil queria ser a sede, mas a Argentina propôs o Uruguai como sede alternativa, por sua segurança e infra-estructura". "A União Internacional contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis acabou nos escolhendo. Isto provocou protestos, principalmente do Rio de Janeiro". O Congresso Mundial sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis reúne cerca de 800 especialistas em Punta del Este desde a terça-feira passada e prosseguirá até 5 de dezembro.
Brasil retirou apoio ao evento no mês de agosto
Em nota oficial do dia 11 de agosto, a Coordenação Nacional de DST/Aids explicou a ausência brasileira em Punta del Este: O Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde do Brasil, após participação na reunião do Grupo Técnico de Cooperação Horizontal (GCTH) em Quito, e após reunião da Sociedade Brasileira de DST (SBDST) em São Paulo, respeita as decisões tiradas nestes fóruns, retirando oficial e publicamente o apoio oferecido ao Congresso de DST/Aids da IUSTI/ULACETS a se realizar de 1 a 4 de dezembro de 2003 em Punta del Este, Uruguai. Em decorrência de informações incorretas divulgadas pela presidência da ULACETS esclarece, ainda, que não tem a intenção de assumir a direção desta organização, fundamentada na mesma decisão do GCTH e da SBDST , que define ainda a criação da Sociedade de ITS da América Latina e Caribe. Reitera, por fim, seu compromisso com relação à luta pela saúde da população e pelo controle das ITS/HIV/Aids junto aos países da América Latina e Caribe.
(Agência de Notícias da Aids)
Internos da Febem produzem vídeo sobre prevenção usando grafites e música rap
O Rap é composto por uma melodia marcante e ritmo intenso. Em São Paulo, essa batida forte teve um significado todo especial. Foi assim que um grupo de internos da Febem – Fundação para o Bem-Estar do Menor – de Tatuapé (SP) conseguiu botar no papel as dúvidas mais freqüentes sobre a transmissão do HIV, gravidez, sexo na adolescência, sem contar com o uso de drogas injetáveis.
Na prática, esses meninos criaram uma letra de rap com informações úteis sobre saúde pública. Orientados por técnicos do Programa Nacional de DST/Aids os menores escreveram a letra que depois foi adaptada pelo vocalista do Facção Central Eduardo Tadeu e montada em um vídeo.
No vídeo, as gravuras feitas pelos internos nos próprios muros da instituição ganham vida e expõe situações comuns da vida de meninos e meninas que vivem nas ruas, como sexo desprotegido e uso de drogas injetáveis. Com o título de “A informação é a luz”, o vídeo carrega mensagens diretas e de fácil assimilação. Projeto inédito do Programa Nacional de DST/Aids, o conteúdo do vídeo vai abrir caminho para o trabalho com uma população ainda não tratada nas campanhas contra aids. Inédito também foi a atitude do vocalista do Facção Central. Ele explica que esta foi a primeira vez que fez um rap sobre aids, mas que a batida forte da música serviu para levar informações importantes para a comunidade.
Criado na década de 60 por jamaicanos que queriam discutir problemas políticos, drogas e violência, o canto falado é hoje um forte instrumento de crítica social.
De acordo com Eduardo Tadeu, “o rap é uma música que atinge as camada mais pobres da população e tem mais credibilidade entre eles. O cara que está na periferia não acredita no que está sendo passado por que não é a linguagem dele. Conviver lado a lado com crime, com as drogas faz com que a nossa voz seja mais familiar”, explica. Na pele de quem já viveu lado a lado com o crime e as drogas, Eduardo Tadeu fez das batidas do rap uma ação social. “O rap é a voz dos que não tem voz”, ressalta.
O vídeo de seis minutos ainda não foi lançado, mas de acordo com técnicos do Programa Nacional de DST/Aids a partir deste mês já estará exposto nos pátios das 64 unidades da Febem de todo país.
(CN-DST/AIDS)
Diadema demora para instalar aparelhos odontológicos no CRT
Equipamentos odontológicos estão empacotados há mais de um ano no CRT (Centro de Referência e Treinamento) em DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids de Diadema. Inicialmente, os aparelhos aguardavam a conclusão da reforma da rede hidráulica para serem instalados. Porém, a obra foi terminada há mais de dois meses e, mesmo assim, as pessoas infectadas pelo vírus HIV continuam sem tratamento dentário específico no município. A previsão é que esse serviço comece a funcionar somente em fevereiro.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a instalação ainda não aconteceu porque é necessária a licitação de uma empresa para fazer o serviço. A assessoria informou que o processo está em andamento mas, como a Secretaria de Finanças está encerrando o exercício de 2003 e só retoma os demais serviços em janeiro, os equipamentos odontológicos só deverão ser instalados no CRT, mesmo, no início do próximo ano. O custo do serviço será de aproximadamente R$ 1,5 mil.
Para um dos coordenadores do CRT, Michel Haddad, o valor não é alto. “É importante agilizar isso porque nossos pacientes também precisam de serviços odontológicos”, disse. A cirurgiã-dentista do CRT, Neusa Aparecida Rita da Silva Raineri, afirmou que, sem os equipamentos, não é possível fazer qualquer tipo de atendimento clínico. “Fazemos prevenção. Quando é caso de emergência, encaminho o paciente para alguma UBS (Unidade Básica de Saúde) da cidade. Muitas vezes até vou junto para acompanhar o atendimento, já que todos os que nos procuram são soropositivos e, como trabalho diariamente com isso, conheço um pouco melhor alguns procedimentos.”
A dentista contou que os equipamentos necessários para um consultório completo, como cadeiras, luzes, aparelhos e brocas, foram comprados há mais de um ano. “A sala de saúde bucal foi reformada há dois meses e as redes de entrada de água e saída de esgoto também já estão prontas. Só estamos aguardando a liberação da Prefeitura para fazer a instalação. Gostaria muito que essa situação fosse resolvida logo.”
(Diário do Grande ABC)
EUA doam US$ 6,2 mi para combate à aids em Uganda
Os Estados Unidos doaram a um centro ugandense que trata especialmente da pesquisa sobre HIV/aids US$ 6,2 milhões para auxiliar organizações locais a disponibilizar a terapia anti-retroviral, informou o ministro da saúde, brigadeiro Jim Muhwezi. "Este é um programa de três anos, sob o qual o Centro Conjunto de Pesquisas Clínicas (JCRC) lançará serviços de terapia anti-retroviral em mais de 20 instalações públicas, privadas e religiosas em toda Uganda", disse Muhwezi.
Muhwezi disse um acordo para financiamento foi assinado na quinta-feira durante uma reunião a portas fechadas entre ele, o administrador-assistente para a África da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAid), Connie Newman, e o diretor do JCRC, Peter Mugyenyi.
A JCRC é o maior fornecedor de anti-retrovirais na África e já tratou mais de dez mil pessoas, sendo reconhecido internacionalmente como um centro para a pesquisa, o treinamento e o atendimento a doentes de aids.
(Terra)
África diz que não tem dinheiro para combater aids
Governos da África finalmente acordaram para o pesadelo do HIV/aids existente no continente, mas a falta acentuada de dinheiro significa que não podem fazer grande parte daquilo que desejam para lutar contra a doença, disseram dois presidentes na quinta-feira.
O presidente Ahmed Tejan Kabbah, de Serra Leoa, e o da Namíbia, Sam Nujoma, disseram, durante um fórum em Abuja, que acontece antes da Cúpula da Commonwealth, a comunidade britânica, neste final de semana, que os países africanos entraram numa guerra contra a aids e esperam reverter o índice de contaminação. "HIV/aids e a corrupção são para a África o que o terrorismo se tornou para os Estados Unidos e para outros países ocidentais", disse Kabbah.
"Nós enfrentamos um grande desafio e precisamos da ajuda da comunidade internacional para progredir. Os africanos não têm os fundos necessários para combater a pandemia de aids. Mas estamos começando a ver progresso", disse Nujoma.
O ministro da Saúde da Zâmbia, Brian Chituwo, levantou o problema da necessidade de mais dinheiro, dizendo que seu governo está fornecendo coquetéis anti-retrovirais para apenas 7 mil pessoas - uma ínfima quantia, comparada aos milhões contaminados. A Zâmbia é um dos países mais afetados na África subsaariana, com uma em cada cinco pessoas infectada pelo HIV/aids em uma população de 10 milhões.
Chituwo disse que a Zâmbia espera aumentar o fornecimento dos remédios anti-retrovirais em cerca de 30 vezes, para pelo menos 200 mil pessoas até o fim do ano, se conseguir o dinheiro prometido pelo Banco Mundial e o Fundo da Luta contra Aids, tuberculose e malária da Organização das Nações Unidas.
Pelo menos seis milhões de pessoas vivem com HIV/aids nos países em desenvolvimento e precisam com urgência de tratamentos com remédios anti-retrovirais para continuarem vivas e com saúde. Mas apenas entre 300 mil e 400 mil estão recebendo os caros remédios.
(Terra)